prazer, neila!
A descomemoração de Dezembro
Neila Fabrícia Alves Conceição
12/13/20242 min read
Dezembro! Para alguns a sexta feira do ano, em que prevalece as festas, confraternizações, happy hour, descanso e um suspiro para um novo ano com novas metas e anseios.
Para outros, um domingo à noite, marcado pela angústia, lembranças, cansaço e o sentimento de “mais uma semana se inicia”.
E ainda existe uma linha ambígua entre esses dois grupos, os não pertencentes a nenhum.
É muito comum que nessa época do ano a saudade, a angústia, o sentimento de ter que fazer algo para ficar bem e comemorar fique mais evidente, afinal é época de festejar, comprar, planejar, fazer, sorrir, criar metas …
Os imperativos neoliberais são muitos, as condições para isso são poucas.
Para algumas pessoas, quem sabe a maioria, sustentar a fantasia de Dezembro é importante, mas será que todo mundo quer ou dar conta disso?
Quando passamos por uma ou mais perdas, por exemplo, sobretudo de entes queridos, o espaço daquela pessoa continua ali. Então, nas comemorações de Natal, muitas pessoas retomam essa saudade, essa dor, mesmo que atenuada, da partida e até uma desesperança para o próximo ano. Todos estamos sujeitos à perda e ao luto. Às vezes, o Dezembro de hoje tem um ar de sexta feira, mas pode vir a se tornar domingo à noite e vice-versa.
Amar alguém é saber (mesmo não querendo) que até mesmo uma data tão iluminada e festejada, por muitos, pode ser motivo de sofrimento e desesperança quando este amor se veste de luto.
Mas, também, é poder lembrar que as memórias podem trazer conforto junto com sofrimento, um não exclui o outro. E não precisa estar feliz ou triste para viver Dezembro. Só é preciso estar vivo e seguir, seja em confraternizações e planos futuros ou seja de uma forma mais individual marcado pelos sentimentos de saudades. Ou os dois também.
Nem sempre dá para fazer algo com o sofrimento pautado na saudade, a não ser vivê-lo, principalmente em uma época do ano em que somos convocados a fazer tanta coisa para um próximo ano que talvez nem será tão diferente assim.
Cada um na sua (des)comemoração de Dezembro.

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